Os novos mitos

Por Reberson Alexandre
Muito se fala pouco se diz sobre Andy Warhol e seus trabalhos, sendo que falar sobre as multi-Marylin é ainda mais complicado; descrevê-la como se fosse apenas um retrato em homenagem à maior diva americana da década 50, e que ocupa grande parte do nosso imaginário, é simplista demais para englobar toda a genialidade do senhor de peruca platinada.




As multi-Marylin são sobre uma época em que os meios de comunicação de massa e de produção estavam começando a se desenvolver da forma como hoje os conhecemos, e para entender um pouco mais, temos de remontar uma característica antropológica do homem, em que os meios de produção e de comunicação que usamos são tão importantes para nós que eles se tornam sagrados e passam a guiar nossas atitudes perante o mundo. Por exemplo, para os povos antigos que viviam de criação de gado, o touro era um deus e, se você reparar, é possível que seu amigo fazendeiro tenha várias pinturas de touro ou cavalo em casa. Um exemplo de como guiam nossas atitudes seria este mesmo rapaz, que talvez quando vir uma moça bonita, diga que é uma potranca. Cada vez que os meios de comunicação e produção mudam, nós humanos mudamos com eles.


 



A pop arte americana está ligada à cultura popular transmitida através dos meios de comunicação de massa e o pop não é popular como conhecíamos anteriormente: o Pop é midiático. Esta obra se refere a um período de alta industrialização americana e que “por coincidência” o período onde mais se vendeu tintura loira para cabelo em toda a história, ou seja, varias pessoas iguais à diva, ou ainda melhor, multi-Marilyn. Varias como latas de sopa que são construídas em série. Apesar disso tudo, não se trata de uma crítica, nem tão pouco um elogio como se costuma achar, é apenas a constatação de que os tempos e seus mitos estavam mudando e de que alguém estava vendo esta mudança, e esse alguém era Andy Warhol.

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